sábado, 26 de maio de 2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Filipa tinha um chão,
tinha um chão...
E então ela sabia que os seus pés estavam assentes
Que se algo corresse mal
Ela podia correr e lutar e encontrar o seu plano de chão
Mas o chão de Filipa partiu
E com ele quebrou em cacos o instrumento batedor do peito de Filipa
Porém, muito tempo passou e os cacos se reorganizaram o quanto deu, Filipa ressuscitou quando avistou o Seu Sol.
O Sol de Filipa não é a estrela comum que todos conhecem
mas para ela que ele, que inicialmente estava ora a cima bem distante ora cá em baixo não tão distante, passou a permanecer no alto sempre, para sempre...
E lançou uma fita e Filipa subiu
Mesmo que algumas vezes quase escorregasse conseguiu permanecer junto a ele algum tempo.
Tempo bom? Tempo mau? Certamente Filipa teria de pensar...
Mas tempo de que ela não abdicaria, sim...
Mas a fita começou a romper e Filipa escorregou e na extremidade oposta à dele ela tentava subir, mas a fita rompia e rompia... e os olhos do Sol já não eram de Filipa até que a fita se rompeu de vez.
Ainda assim, ela subiu num banco, mas não conseguia lá chegar e colocou outro acima deste e outro...
E, por vezes, quando ela tentava dar o nó às partes da fita rompida ele tentava ajudá-la, mas num só de repente ela já não via os olhos do seu Sol e o nó não se dava.
Até que um dia Filipa caiu de vez e não mais tentou, não mais tentou apenas subir a fita, pois ele puxara para si o pedaço que lhe restava.
Mas lá caída, sem chão, caída num nada, sem chão, ela ainda suplicava que o seu Sol lançasse de novo a parte da fita que lhe pertencia que ela voltaria a tentar lhe chegar...
Até que num momento de pavor, Filipa se apercebeu que ele tivera queimado a fita que fizera para ela e andava a trabalhar uma outra fita...uma outra fita...com um outo nome, uma outra morada...
Filipa adoeceu naquele chão.
Alguns verdadeiramente humanos tentaram ajudar Filipa a reerguer, mas já nem a ele, o seu de adoração Platónica Sol, ela ouviria....
Talvez Filipa tenha cerrado os olhos e não visto uns olhos com luz que chegassem para a libertar...


Não sejas como Filipa, liberta-te... E esquece quem te quer prender apenas para um dia te largar, assim no chão, sem Chão...

A.C.